Ahhh, se ele não tivesse morrido, eu casava com ele!!!!
Eu dava casa, comida e roupa lavada!!!!
Que alma mais linda!! Meu Deus!!!
Ainda bem que nasceu e viveu poeta!!!!
Seiscentos e sessenta e seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,eu nem olhava o relógio,
Seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
A Verdadeira Arte de Viajar
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
Poeta e Escritor
Mario Quintana
30/07/1906, Alegrete
5/05/1994, Porto Alegre
Quintana fez parte de uma tropa civil que ajudou Getúlio Vargas a chegar ao poder em 1930...
Conhecido pela genial simplicidade de seus textos, Mario de Miranda Quintana é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século 20, pertencente à segunda geração do Movimento Modernista.
Filho do farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e da dona de casa Virgínia de Miranda Quintana, o poeta e escritor nasceu no dia 30 de julho de 1906, em Alegrete, cidade do Rio Grande do Sul que faz fronteira com o Uruguai e Argentina.
Após freqüentar algumas escolas em sua cidade natal, Quintana ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre.
Em regime de internato, começou a produzir seus primeiros trabalhos literários, publicados na revista dos alunos da instituição. Cinco anos depois, por problemas de saúde, Mario Quintana deixou o Colégio Militar e ficou em Porto Alegre trabalhando na Livraria do Globo, uma grande editora da época. Sua atividade na livraria durou apenas três meses.
Em 1925, voltou a morar em Alegrete, onde passou a trabalhar na farmácia de seu pai, ao mesmo tempo em que continuou escrevendo poesias e contos.
Durante a Revolução de 30, alistou-se como voluntário no Batalhão dos Caçadores, uma das tropas civis que foi a pé até o Rio de Janeiro para conduzir Getúlio Vargas ao poder. Na então capital do país, morou por seis meses e depois retornou a Porto Alegre onde permaneceu até sua morte.
Recebeu seu primeiro prêmio literário com a publicação do conto "A sétima personagem", em concurso promovido pelo jornal "Diário de Notícias", de Porto Alegre. A partir de 1934, Quintana começou a traduzir livros de diversos escritores estrangeiros como Fred Marsyat, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant e, até mesmo, Marcel Proust. Algumas dessas traduções obtiveram tanto sucesso que continuam sendo reeditadas.
Ao ler um de seus poemas na revista Ibirapuitan, o já consagrado escritor Monteiro Lobato lhe pediu que escrevesse um livro. A obra foi produzida doze anos depois, com o título "Espelho Mágico". O lançamento do seu primeiro livro só aconteceu em 1940, com a publicação de "A Rua dos Cataventos", obra formada por 35 sonetos que passam a ser publicados em diversos livros escolares. Apesar da boa aceitação pela crítica, o reconhecimento do seu trabalho como escritor só chegou três anos depois com "O aprendiz de feiticeiro", que recebeu elogios de grandes poetas brasileiros como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
Com um estilo tranqüilo e introspectivo, Quintana não se sentia à vontade para falar de sua vida pessoal. Em uma entrevista, chegou a dizer que a sua vida estava descrita nos seus poemas. "Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão". Solteiro e sem filhos, o escritor passou grande parte da sua vida morando em hotéis e pensões da capital gaúcha. Entre eles, durante mais de 12 anos, viveu no hotel Magestic.
Após a sua morte, o prédio do hotel foi tombado e se transformou na Casa de Cultura Mario Quintana.
Em 1960, foi publicada a sua "Antologia Poética", organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, com mais de 60 poemas inéditos. A obra teve boa repercussão no meio editorial e recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia como melhor livro do ano. Apesar de ter vários amigos da Academia Brasileira de Letras, a exemplo de Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade, Quintana nunca conseguiu vencer a eleição para uma cadeira de imortal. Após a derrota na terceira eleição, o autor não perdeu o bom humor característico de sua obra e compôs um pequeno poema sobre o fato. "Todos esses que aí estão/ atravancando meu caminho,/ eles passarão.../ eu passarinho!".
Apesar de não ter entrado para Academia, em 1981, o poeta recebeu o Prêmio Machado de Assis e, em 1981, o Prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano.Quintana recebeu inúmeras homenagens durante a vida, mas morreu negando as reverências. "Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz", disse. Mario
Quintana trabalhou traduzindo obras para o português até morrer, perto de completar 87 anos, no dia 05 de maio de 1994. Nesta data, milhares de pessoas acompanharam o cortejo do poeta pelas ruas de Porto Alegre, prestando a sua última homenagem a um dos maiores representantes do Modernismo brasileiro. Entre as suas obras publicadas estão "A Rua dos Cataventos" (1940), "Canções" (1945), "Sapato Florido" (1947), "Espelho Mágico" (1948), "O Aprendiz de Feiticeiro" (1950), "Poesias" (1962), "Pé de Pilão" (1968), "Apontamentos de História Sobrenatural" (1976), "Quintanares" (1976), "Nova Antologia Poética" (1982), "Batalhão das Letras" (1984), "Baú de Espantos" (1986), "Preparativos de Viagem" (1987) e "Velório sem Defunto" (1990).
Fonte: UOL
sábado, 24 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
SIMPLESMENTE FELIZ!!
Intensidade, frio na barriga, tremor, sorrisos aleatórios... O Sol ta rachando, pássaros voam e revoam...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
JA DIZIA PABLO NERUDA...
Morre lentamente quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
E NA NOITE INFINITA...
Somos seres mergulhados em música, palavras e Coca - Cola.
Enquanto um é mira, o outro deita em Morfeu, a outra decola em notas de risada, a madrugada caminha no gélido ar do breu do tempo...
domingo, 11 de abril de 2010
E VOLTOU A INSPIRAÇAO...
Na verdade não sei bem ao certo de onde veio a inspiração que me fez voltar a escrever, mas enfim, posso um pouco descrever que a sensação de escrever de novo aqui é... Diria, libertadora.
E por que abrir essa nova fase com Fernando Pessoa? Talvez porque além de ter sido vizinha dele, vizinha da casa aonde ele viveu seus anos de vida e com quem aprendi muito sobre mim mesma, ao le-lo, não me sentia só com meus devaneios e ao passar na calçada de sua residência, que ha alguns bons anos funciona um Museu, eu me sentia feliz ao sentir na pele o calor dos raios do Sol penetrando em minha alma. E mesmo quando os dias não eram ensolarados, mas cinzentos ou chuvosos, ainda sim, a beleza melancólica do dia me inspirava a sorrir e a sentir o Sol dentro de mim.
Bem, aqui segue -
LOUCO - D. Sebastião
LOUCO, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Porisso, onde o areal está
Ficou o meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria
Fernando Pessoa
Biografia
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa, aí morreu em 1935, e poucas vezes deixou a cidade em adulto, mas passou nove anos da sua infância em Durban, na colónia britânica da África do Sul, onde o seu padrasto era o cônsul Português. Pessoa, que tinha cinco anos quando o seu pai morreu de tuberculose, tornou-se num rapaz tímido e cheio de imaginação, e num estudante brilhante.
Pouco depois de completar 17 anos, voltou para Lisboa para entrar na universidade, que cedo abandonou, preferindo estudar por sua própria conta, na Biblioteca Nacional, onde leu sistematicamente os grandes clássicos da filosofia, da história, da sociologia e da literatura (portuguesa em particular) a fim de completar e expandir a educação tradicional inglesa que recebera na África do Sul. A sua produção de poesia e de prosa em Inglês foi intensa, durante este período, e por volta de 1910, já escrevia também muito em Português. Publicou o seu primeiro ensaio de crítica literária em 1912, o primeiro texto de prosa criativa (um trecho do Livro do Desassossego) em 1913, e os primeiros poemas em 1914.
Vivendo por vezes com parentes, outras vezes em quartos alugados, Pessoa ganhava a vida fazendo traduções ocasionais e redacção de cartas em inglês e francês para firmas portuguesas com negócios no estrangeiro. Embora solitário por natureza, com uma vida social limitada e quase sem vida amorosa, foi um líder activo do movimento Modernista em Portugal, na década de 10, e ele próprio inventou vários movimentos, incluindo um "Interseccionismo" de inspiração cubista e um estridente e semi-futurista
Pessoa manteve-se afastado das luzes da ribalta, exercendo a sua influência, todavia, através da escrita e das tertúlias com algumas das mais notáveis figuras literárias portuguesas. Respeitado em Lisboa como intelectual e como poeta, publicou regularmente o seu trabalho em revistas, boa parte das quais ajudou a fundar e a dirigir, mas o seu génio literário só foi plenamente reconhecido após a sua morte. No entanto, Pessoa estava convicto do próprio génio, e vivia em função da sua escrita. Embora não tivesse pressa em publicar, tinha planos grandiosos para edições da sua obra completa em Português e Inglês e, ao que parece, guardou a quase totalidade daquilo que escreveu.
Em 1920, a mãe de Pessoa, após a morte do segundo marido, deixou a África do Sul de regresso a Lisboa. Pessoa alugou um andar para a família reunida - ele, a mãe, a meia irmã e os dois meios irmãos - na Rua Coelho da Rocha, nº 16, naquela que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Foi aí que Pessoa passou os últimos 15 anos da sua vida - na companhia da mãe até à morte desta, em 1925, e depois com a meia irmã, o cunhado e os dois filhos do casal (os meios irmãos de Pessoa emigraram para a Inglaterra).
Familiares de Pessoa descreveram-no como afectuoso e bem humorado, mas firmemente reservado. Ninguém fazia ideia de quão imenso e variado era o universo literário acumulado no grande baú onde ele ia guardando os seus escritos ao longo dos anos.
O conteúdo desse baú - que hoje constitui o Espólio de Pessoa na Biblioteca Nacional de Lisboa - compreende os originais de mais de 25 mil folhas com poesia, prosa, peças de teatro, filosofia, crítica, traduções, teoria linguística, textos políticos, horóscopos e outros textos sortidos, tanto dactilografados como escritos ou rabiscados ilegivelmente à mão, em Português, Inglês e Francês. Pessoa escrevia em cadernos de notas, em folhas soltas, no verso de cartas, em anúncios e panfletos, no papel timbrado das firmas para as quais trabalhava e dos cafés que frequentava, em sobrescritos, em sobras de papel e nas margens dos seus textos antigos. Para aumentar a confusão, escreveu sob dezenas de nomes, uma prática - ou compulsão - que começou na infância. Chamou heterónimos aos mais importantes destes "outros", dotando-os de biografias, características físicas, personalidades, visões políticas, atitudes religiosas e actividades literárias próprias. Algumas das mais memoráveis obras de Pessoa escritas em Português foram por ele atribuídas aos três principais heterónimos poéticos - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - e ao "semi-heterónimo" Bernardo Soares, enquanto que a sua vasta produção de poesia e prosa em Inglês foi, em grande parte, creditada aos heterónimos Alexander Search e Charles Robert Anon, e os seus textos em francês ao solitário Jean Seul. Os seus muitos outros alter-egos incluem tradutores, escritores de contos, um crítico literário inglês, um astrólogo, um filósofo e um nobre infeliz que se suicidou. Havia até um seu "outro eu" feminino: a corcunda e perdidamente enamorada Maria José. No virar do século, sessenta e cinco anos depois da morte de Pessoa, o seu vasto mundo literário ainda não está completamente inventariado pelos estudiosos, e uma importante parte da sua obra continua à espera de ser publicada.
Fonte: Casa Fernando Pessoa
E por que abrir essa nova fase com Fernando Pessoa? Talvez porque além de ter sido vizinha dele, vizinha da casa aonde ele viveu seus anos de vida e com quem aprendi muito sobre mim mesma, ao le-lo, não me sentia só com meus devaneios e ao passar na calçada de sua residência, que ha alguns bons anos funciona um Museu, eu me sentia feliz ao sentir na pele o calor dos raios do Sol penetrando em minha alma. E mesmo quando os dias não eram ensolarados, mas cinzentos ou chuvosos, ainda sim, a beleza melancólica do dia me inspirava a sorrir e a sentir o Sol dentro de mim.
Bem, aqui segue -
LOUCO - D. Sebastião
LOUCO, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Porisso, onde o areal está
Ficou o meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria
Fernando Pessoa
Biografia
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa, aí morreu em 1935, e poucas vezes deixou a cidade em adulto, mas passou nove anos da sua infância em Durban, na colónia britânica da África do Sul, onde o seu padrasto era o cônsul Português. Pessoa, que tinha cinco anos quando o seu pai morreu de tuberculose, tornou-se num rapaz tímido e cheio de imaginação, e num estudante brilhante.
Pouco depois de completar 17 anos, voltou para Lisboa para entrar na universidade, que cedo abandonou, preferindo estudar por sua própria conta, na Biblioteca Nacional, onde leu sistematicamente os grandes clássicos da filosofia, da história, da sociologia e da literatura (portuguesa em particular) a fim de completar e expandir a educação tradicional inglesa que recebera na África do Sul. A sua produção de poesia e de prosa em Inglês foi intensa, durante este período, e por volta de 1910, já escrevia também muito em Português. Publicou o seu primeiro ensaio de crítica literária em 1912, o primeiro texto de prosa criativa (um trecho do Livro do Desassossego) em 1913, e os primeiros poemas em 1914.
Vivendo por vezes com parentes, outras vezes em quartos alugados, Pessoa ganhava a vida fazendo traduções ocasionais e redacção de cartas em inglês e francês para firmas portuguesas com negócios no estrangeiro. Embora solitário por natureza, com uma vida social limitada e quase sem vida amorosa, foi um líder activo do movimento Modernista em Portugal, na década de 10, e ele próprio inventou vários movimentos, incluindo um "Interseccionismo" de inspiração cubista e um estridente e semi-futurista
Pessoa manteve-se afastado das luzes da ribalta, exercendo a sua influência, todavia, através da escrita e das tertúlias com algumas das mais notáveis figuras literárias portuguesas. Respeitado em Lisboa como intelectual e como poeta, publicou regularmente o seu trabalho em revistas, boa parte das quais ajudou a fundar e a dirigir, mas o seu génio literário só foi plenamente reconhecido após a sua morte. No entanto, Pessoa estava convicto do próprio génio, e vivia em função da sua escrita. Embora não tivesse pressa em publicar, tinha planos grandiosos para edições da sua obra completa em Português e Inglês e, ao que parece, guardou a quase totalidade daquilo que escreveu.
Em 1920, a mãe de Pessoa, após a morte do segundo marido, deixou a África do Sul de regresso a Lisboa. Pessoa alugou um andar para a família reunida - ele, a mãe, a meia irmã e os dois meios irmãos - na Rua Coelho da Rocha, nº 16, naquela que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Foi aí que Pessoa passou os últimos 15 anos da sua vida - na companhia da mãe até à morte desta, em 1925, e depois com a meia irmã, o cunhado e os dois filhos do casal (os meios irmãos de Pessoa emigraram para a Inglaterra).
Familiares de Pessoa descreveram-no como afectuoso e bem humorado, mas firmemente reservado. Ninguém fazia ideia de quão imenso e variado era o universo literário acumulado no grande baú onde ele ia guardando os seus escritos ao longo dos anos.
O conteúdo desse baú - que hoje constitui o Espólio de Pessoa na Biblioteca Nacional de Lisboa - compreende os originais de mais de 25 mil folhas com poesia, prosa, peças de teatro, filosofia, crítica, traduções, teoria linguística, textos políticos, horóscopos e outros textos sortidos, tanto dactilografados como escritos ou rabiscados ilegivelmente à mão, em Português, Inglês e Francês. Pessoa escrevia em cadernos de notas, em folhas soltas, no verso de cartas, em anúncios e panfletos, no papel timbrado das firmas para as quais trabalhava e dos cafés que frequentava, em sobrescritos, em sobras de papel e nas margens dos seus textos antigos. Para aumentar a confusão, escreveu sob dezenas de nomes, uma prática - ou compulsão - que começou na infância. Chamou heterónimos aos mais importantes destes "outros", dotando-os de biografias, características físicas, personalidades, visões políticas, atitudes religiosas e actividades literárias próprias. Algumas das mais memoráveis obras de Pessoa escritas em Português foram por ele atribuídas aos três principais heterónimos poéticos - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - e ao "semi-heterónimo" Bernardo Soares, enquanto que a sua vasta produção de poesia e prosa em Inglês foi, em grande parte, creditada aos heterónimos Alexander Search e Charles Robert Anon, e os seus textos em francês ao solitário Jean Seul. Os seus muitos outros alter-egos incluem tradutores, escritores de contos, um crítico literário inglês, um astrólogo, um filósofo e um nobre infeliz que se suicidou. Havia até um seu "outro eu" feminino: a corcunda e perdidamente enamorada Maria José. No virar do século, sessenta e cinco anos depois da morte de Pessoa, o seu vasto mundo literário ainda não está completamente inventariado pelos estudiosos, e uma importante parte da sua obra continua à espera de ser publicada.
Fonte: Casa Fernando Pessoa
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
A MINHA FELICIDADE...
...NAO E'A SUA.
O mais recente livro de Carlos Moraes, o ótimo "Agora Deus vai te pegar lá fora", há um trecho em que uma mulher ouve a seguinte pergunta de um major: "Por que você não é feliz como todo mundo?" A que ela responde mais ou menos assim: "Como o senhor ousa dizer que não sou feliz? O que o senhor sabe do que eu digo para o meu marido depois do amor? E do que eu sinto quando ouço Vivaldi? E do que eu rio com meu filho? E por que mundos viajo quando leio Murilo Mendes? A sua felicidade, que eu respeito, não é a minha, major."
E assim é. Temos a pretensão de decretar quem é feliz ou infeliz de acordo com nossa ótica particular, como se felicidade fosse algo que pudesse ser visualizado. Somos apresentados a alguém com olheiras profundas e imediatamente passamos a lamentar suas prováveis noites insones causadas por problemas tortuosos. Ou alguém faz uma queixa infantil da esposa e rapidamente decretamos que é um fracassado no amor, que seu casamento deve ser um inferno, pobre sujeito. É nestas horas que junto a ponta dos cinco dedos da mão e sacudo-a no ar, feito uma italiana indignada: mas que sabemos nós da vida dos outros, catzo?
Nossos momentos felizes se dão, quase todos, na intimidade, quando ninguém está nos vendo. 0 barulho da chave da porta, de madrugada, trazendo um adolescente de volta pra casa. O cálice de vinho oferecido por uma amiga com quem acabamos de fazer as pazes. Sentar-se no cinema, sozinho, para assistir ao filme tão esperado. Depois de anos com o coração em marcha lenta, rever um ex-amor e descobrir que ainda é capaz de sentir palpitações. Os acordos secretos que temos com filhos, netos, amigos. A emoção provocada por uma frase de um livro. A felicidade de uma cura. E a infelicidade aceita como parte do jogo — ninguém é tão feliz quanto aquele que lida bem com suas precariedades.
O que sei eu sobre aquele que parece radiante e aquela outra que parece à beira do suicídio? Eles podem parecer o que for e eu seguirei sem saber de nada, sem saber de onde eles extraem prazer e dor, como administram seus azedumes e seus êxtases, e muito menos por quanto anda a cotação de felicidade em suas vidas. Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter — juizes indefectíveis que somos da vida alheia — mas é um atrevimento nos outorgar o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz.
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só com a nossa permissão.
Martha Medeiros
Revista O GLOBO, 16/01/2005
O mais recente livro de Carlos Moraes, o ótimo "Agora Deus vai te pegar lá fora", há um trecho em que uma mulher ouve a seguinte pergunta de um major: "Por que você não é feliz como todo mundo?" A que ela responde mais ou menos assim: "Como o senhor ousa dizer que não sou feliz? O que o senhor sabe do que eu digo para o meu marido depois do amor? E do que eu sinto quando ouço Vivaldi? E do que eu rio com meu filho? E por que mundos viajo quando leio Murilo Mendes? A sua felicidade, que eu respeito, não é a minha, major."
E assim é. Temos a pretensão de decretar quem é feliz ou infeliz de acordo com nossa ótica particular, como se felicidade fosse algo que pudesse ser visualizado. Somos apresentados a alguém com olheiras profundas e imediatamente passamos a lamentar suas prováveis noites insones causadas por problemas tortuosos. Ou alguém faz uma queixa infantil da esposa e rapidamente decretamos que é um fracassado no amor, que seu casamento deve ser um inferno, pobre sujeito. É nestas horas que junto a ponta dos cinco dedos da mão e sacudo-a no ar, feito uma italiana indignada: mas que sabemos nós da vida dos outros, catzo?
Nossos momentos felizes se dão, quase todos, na intimidade, quando ninguém está nos vendo. 0 barulho da chave da porta, de madrugada, trazendo um adolescente de volta pra casa. O cálice de vinho oferecido por uma amiga com quem acabamos de fazer as pazes. Sentar-se no cinema, sozinho, para assistir ao filme tão esperado. Depois de anos com o coração em marcha lenta, rever um ex-amor e descobrir que ainda é capaz de sentir palpitações. Os acordos secretos que temos com filhos, netos, amigos. A emoção provocada por uma frase de um livro. A felicidade de uma cura. E a infelicidade aceita como parte do jogo — ninguém é tão feliz quanto aquele que lida bem com suas precariedades.
O que sei eu sobre aquele que parece radiante e aquela outra que parece à beira do suicídio? Eles podem parecer o que for e eu seguirei sem saber de nada, sem saber de onde eles extraem prazer e dor, como administram seus azedumes e seus êxtases, e muito menos por quanto anda a cotação de felicidade em suas vidas. Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter — juizes indefectíveis que somos da vida alheia — mas é um atrevimento nos outorgar o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz.
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só com a nossa permissão.
Martha Medeiros
Revista O GLOBO, 16/01/2005
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
GRITO
Grito por socorro em silencio absoluto,
Quero o refugio das aguas do mar,
E a melancolia nostalgica da lua mais bonita que ja vi na vida!
Quero me perder no ar, no invisivel pra niguem me encontrar...
Preciso do colo da mae natureza pra purificar a negra sombra que paira em meus olhos.
Invoco a mim mesma a quebra, a destruiçao, a queima de obras paradas no tempo construidas por minhas maos...
Quero o refugio das aguas do mar,
E a melancolia nostalgica da lua mais bonita que ja vi na vida!
Quero me perder no ar, no invisivel pra niguem me encontrar...
Preciso do colo da mae natureza pra purificar a negra sombra que paira em meus olhos.
Invoco a mim mesma a quebra, a destruiçao, a queima de obras paradas no tempo construidas por minhas maos...
OS OUTROS TANTO NO MUNDO...
O mais legal de se sentir meio doida, ou vai, completamente louca eh o fato de descobrir ao longo dos anos, que nao se esta sozinho.
Quanto mais eu leio e estudo sobre loucura, ou pensadores, psicologos, viajantes de si mesmo ou do mundo, historiadores, enfim, quanto mais sei de pessoas, mais vejo que nao estou so e isso me conforta.
Sinto em mim o grande barato da loucura: a capacidade de se falar coisas que deixam algumas muitas pessoas com ponto de interrogaçao, outras que admiram sua doideira e outras que querem arrancar o seu pescoço por nao concordarem com seu modo de ver a vida.
Confesso que quanto mais quero agradar, mais me desagrado e acabo me enrolando em mim mesma sem conseguir sair do lugar. Sera que sou doente, sera que realmente to maluca? Enfim, nao sei. Mas enquanto isso vou me divertindo com isso, ate porque, ja sofri demais com as mesmas perguntas e mesmas dificuldades.
Vou viajar na minha loucura e me retirar um pouco para poder conseguir enxergar o que se passa nesta minha cabecinha enrolada e maluca.
Voltemos nos proximos topicos a falar da loucura alheia.
Quanto mais eu leio e estudo sobre loucura, ou pensadores, psicologos, viajantes de si mesmo ou do mundo, historiadores, enfim, quanto mais sei de pessoas, mais vejo que nao estou so e isso me conforta.
Sinto em mim o grande barato da loucura: a capacidade de se falar coisas que deixam algumas muitas pessoas com ponto de interrogaçao, outras que admiram sua doideira e outras que querem arrancar o seu pescoço por nao concordarem com seu modo de ver a vida.
Confesso que quanto mais quero agradar, mais me desagrado e acabo me enrolando em mim mesma sem conseguir sair do lugar. Sera que sou doente, sera que realmente to maluca? Enfim, nao sei. Mas enquanto isso vou me divertindo com isso, ate porque, ja sofri demais com as mesmas perguntas e mesmas dificuldades.
Vou viajar na minha loucura e me retirar um pouco para poder conseguir enxergar o que se passa nesta minha cabecinha enrolada e maluca.
Voltemos nos proximos topicos a falar da loucura alheia.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
QUANDO...
Vida, minha vida, vida minha de meu viver, sorrio enquanto quero morrer...
Do brilho da chuva eu retiro energia,
Do azul do ceu eu visto a harmonia,
Da folha seca no chao, eu sou grao...
Do brilho da chuva eu retiro energia,
Do azul do ceu eu visto a harmonia,
Da folha seca no chao, eu sou grao...
sábado, 21 de março de 2009
SABIO RENATO RUSSO...
" Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade, tudo está perdido mas existem possibilidades "
P.S. Mi, pois é... desequilibrar pra encontrar o equilibrio.
Uma pessoa se faz pela forma como se levanta e caminha após levar um tombo.
P.S. Mi, pois é... desequilibrar pra encontrar o equilibrio.
Uma pessoa se faz pela forma como se levanta e caminha após levar um tombo.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
VIDA LOUCA VIDAAAAAAAAAAAAAAA...
Só posso dizer que quando se sente, se sente e não podemos contra as leis do universo...contra a divindade que governa esta terra...
O que é a energia? O que é destino? O que é o que é meu irmão???
Eu só sei dizer que cada coisa que acontece na minha vida acontece pra me provar que nao to louca, ou até posso estar, mas acontece sempre a partir de um sinal que sei-la de onde vem, mas vem e me arrasa por dentro quando eu me certifico de que o que eu senti nao estava errado. Como pode? Dom herdado da minha avózita? Não sei.
Coisa doida? To impressionada com tudo!
Eu só posso dizer que se cada vez que seguimos o coração estamos no caminho certo. E o que tiver que acontecer, vai acontecer, basta estarmos abertos para o novo!!!
Aff,to louca!!!!
bjo pra Susie que agora deve estar lendo isso me achando mais doida ainda
hahhaha
O que é a energia? O que é destino? O que é o que é meu irmão???
Eu só sei dizer que cada coisa que acontece na minha vida acontece pra me provar que nao to louca, ou até posso estar, mas acontece sempre a partir de um sinal que sei-la de onde vem, mas vem e me arrasa por dentro quando eu me certifico de que o que eu senti nao estava errado. Como pode? Dom herdado da minha avózita? Não sei.
Coisa doida? To impressionada com tudo!
Eu só posso dizer que se cada vez que seguimos o coração estamos no caminho certo. E o que tiver que acontecer, vai acontecer, basta estarmos abertos para o novo!!!
Aff,to louca!!!!
bjo pra Susie que agora deve estar lendo isso me achando mais doida ainda
hahhaha
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
METAMORFOSE...
KAFKA...
Eu nunca tinha lido nada de Kafka, nada mesmo, só sabia da sua existência e de sua fama de complexo.
Bem estou lendo Metamorfose... Cara, impressionante como uma mudança provoca mudanças radicais na vida das pessoas a volta. Eu, bem como as pessoas que estudam o comportamento humano, sei que cada indivíduo é também fruto do meio em que vive, além de sua índole e tal, mas este livro, escrito lá no inicio do século 20 vem como mais um elemento para provar que todos nós sofremos com as transformações de tudo que está a nossa volta.
Kafka, com sua intrigante história, vêm de encontro com o nosso comportamento e atitudes consequentes de uma mudança. ~Tudo a volta passa a mudar. Os hábitos, os sentimentos...
Pois é, a gente só se conhece mesmo se viver, se permitir viver pra descobrir do que somos capazes.
As mudanças, por vezes não são aceitas ou compreendidas, mas acontecem sem a nossa autorização e querendo ou não, transforma a nossa vida e nos mostra do que somos capazes. Descobrimos o mal e o bem, descobrimos de que forma podemos caminhar, como nos comportar, como viver a partir dos acontecimentos. As mudanças servem pra acordamos, para aprendermos a saborear melhor o que nos é apresentado, por mais que seja amargo. As mudanças, as transformações, o novo, o desconhecido a ser descoberto, nos ajudam a evoluir, a evoulir a nossa humilde vida tão frágil e mortal.
Eu não contarei a história do livro, mas recomendo muuuuuuuito!
"Eu só sei que nada sei" - Sócrates
"E quanto mais eu sei, mais me assusto" EU :)
Eu nunca tinha lido nada de Kafka, nada mesmo, só sabia da sua existência e de sua fama de complexo.
Bem estou lendo Metamorfose... Cara, impressionante como uma mudança provoca mudanças radicais na vida das pessoas a volta. Eu, bem como as pessoas que estudam o comportamento humano, sei que cada indivíduo é também fruto do meio em que vive, além de sua índole e tal, mas este livro, escrito lá no inicio do século 20 vem como mais um elemento para provar que todos nós sofremos com as transformações de tudo que está a nossa volta.
Kafka, com sua intrigante história, vêm de encontro com o nosso comportamento e atitudes consequentes de uma mudança. ~Tudo a volta passa a mudar. Os hábitos, os sentimentos...
Pois é, a gente só se conhece mesmo se viver, se permitir viver pra descobrir do que somos capazes.
As mudanças, por vezes não são aceitas ou compreendidas, mas acontecem sem a nossa autorização e querendo ou não, transforma a nossa vida e nos mostra do que somos capazes. Descobrimos o mal e o bem, descobrimos de que forma podemos caminhar, como nos comportar, como viver a partir dos acontecimentos. As mudanças servem pra acordamos, para aprendermos a saborear melhor o que nos é apresentado, por mais que seja amargo. As mudanças, as transformações, o novo, o desconhecido a ser descoberto, nos ajudam a evoluir, a evoulir a nossa humilde vida tão frágil e mortal.
Eu não contarei a história do livro, mas recomendo muuuuuuuito!
"Eu só sei que nada sei" - Sócrates
"E quanto mais eu sei, mais me assusto" EU :)
sábado, 20 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
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